15 – Sofrimento







1 – Perguntaram ao menino que corria no campo o que ele gostaria de ser e ele disse que queria ser um agricultor. Perguntaram ao agricultor o que ele gostaria de ser e ele disse que queria ser um moço estudado da capital. Perguntaram ao moço estudado da capital o que ele gostaria de ser e ele disse que queria ser um doutor. Perguntaram ao doutor o que ele gostaria de ser e ele disse que queria ser um homem muito rico. Perguntaram ao homem muito rico o que ele gostaria de ser e ele disse que queria ser um milionário. Perguntaram ao milionário o que ele gostaria de ser e ele pensou...suspirou...sorriu vagamente... e disse que queria muito ter a leveza, a esperança, a saúde, a alegria de viver e a ingenuidade de um menino do campo.
2 – O grau de sofrimento de alguém, em relação a sua vida, é diretamente proporcional ao seu próprio estágio moral-evolutivo. O apego excessivo a situações ou coisas transitórias e a falta de conhecimento sobre as leis que orquestram o Universo, também são fontes de ilusão, desgaste e lamúrias.
3 – Desapego, honestidade, uma boa administração da própria vida, caráter nobre e justo, evitar a ociosidade a qualquer custo, ignorar ofensas e inveja, fé no futuro, consciência tranquila, pensamento em Deus, fazer o certo e o que deve ser feito, contentar-se com o necessário, repartir o excedente, são ingredientes que pulverizam a raiz do sofrimento. Como todo o sentimento trevoso, o sofrimento está na contramão das virtudes, está pouco ligado a fatos exteriores, reside no íntimo das pessoas, na falsa projeção que essas fazem do que seja felicidade, alimenta-se de interesses vulgares, regozija-se no prazer efêmero e, semelhante a qualquer emoção subjetiva, independente de fatos concretos, avoluma-se na inferior contribuição magnética do sofredor e seus respectivos companheiros das sombras, independentemente da opção religiosa-filosófica de cada um.
4 – Em nosso atual estágio evolutivo é muito raro encontrar quem possua todos os predicados necessários para afirmar-se imune ao sofrimento. Podemos fazer um teste muito simples para conhecermos quem está próximo da paz interior. Se, ao interrogarmos uma pessoa, sobre o que ela faria se ganhasse muito dinheiro em algum tipo de loteria e ela afirmasse que faria isso, aquilo e aquilo mais, é porque essa pessoa sofre com o reflexo dos seus próprios desejos e ambições mundanas. Quanto menos alguém operar mudanças em sua vida normal, mais próxima estará essa pessoa de encontrar o verdadeiro caminho para a paz interior.
5 – Outras características do sofredor contumaz são pensar mais no ego e menos em Deus, desajustes químicos e emocionais, não julgar-se responsável e construtor da própria sorte, esperar por milagres ao invés de trabalhar para fabricá-los, pouca habilidade e criatividade na solução de problemas, rebeldia aos ensinamentos da vida, arrogância filosófica, confundir lição com castigo, falhas e fraquezas no processo educacional recebido, poucas práticas altruístas aos realmente necessitados, fragilidade emocional para enfrentar a vida, despreparo ou má interpretação das leis Divinas, falar mais do que ouvir, pouca reflexão e meditação, formular lindas orações somente para pedir, valorização demasiada à opinião alheia em alguns setores da vida, más escolhas advindas de outros defeitos morais, falta de coerência sincera e apurada entre o que se sabe e o que se faz, entre outras.
6 – Lamentações, sempre as teremos, mas há uma fórmula composta de 3 passos importantes que irão suavizar nossos sofrimentos na Terra: 1) – Estilo de Vida: Viver da melhor forma, com responsabilidade, dando o melhor de si, de modo intenso, cada pequeno instante da existência sem se preocupar em demasia com o próximo momento. 2) – Aceitação e Agradecimento: Raríssimas são as pessoas que agradecem, de coração, com sinceridade, a doença e o problema recebidos porque observaram neste processo um enriquecimento acelerado, um bloqueio no caminho de desgraças futuras, perceberam que Deus está atento as suas atitudes lhes oferecendo lições, ensinamentos, mudanças de conduta e formas de encarar a vida. 3) – Boas Ações: Lembrar constantemente que quem mais abona dívidas pretéritas não é o que mais sofre e sim o que mais ama e auxilia o próximo, na dificílima tarefa de esquecer-se, algumas vezes, de si mesmo. Portanto, pare de lamuriar, levante da cadeira, respire fundo e faça algo nobre por alguém ainda hoje e mostre a Deus que você recusa-se veementemente a continuar sofrendo. 






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