1 – Além da reforma
íntima, característica de um processo evolutivo, é preciso também haver um
crescimento pedagógico para ampliarmos a capacidade do saber interpretar,
pensar, pesquisar, perguntar, refletir, filosofar, raciocinar e deduzir cada
vez melhor, à luz de um conjunto de ciências já conquistadas. Quanto mais
sabedoria aglutinarmos em nossas interpretações, mais próximos estaremos da verdade,
já que muitos textos foram escritos de forma subjetiva, com enfoques da cultura
da época, de maneira figurada e nem sempre no sentido literal das coisas.
2 – Quanto mais atrasada
uma cultura maior será o número de inserções metafóricas em seus textos,
caracterizando nitidamente o sentido mais doutrinário-educativo do que
científico da obra. Se eu ler, por exemplo, que Deus é perfeito, justo e
infinito em todas as suas qualidades, pelo raciocínio lógico, não poderei mais
aceitar textos que promovam falhas, erros, privilégios, desprezos, injustiças,
arrependimentos, conivências, testes, sadismos, castigos eternos, incestos,
carnificinas, guerras, dificuldades ou emoções humanas na figura máxima de Deus
Pai Todo Poderoso. A maior característica de um erro interpretativo, ou de
indícios de adulteração literária, ou de ordem tradutória, é quando uma verdade
torna-se incongruente perante outra verdade apresentada mais adiante.
Frequentemente observamos diversos equívocos interpretativos cometidos até nos
mais elevados degraus acadêmicos.
3 - Algumas autoridades,
que julgam-se no direito de pensar pelo povo, consideram que muitos assuntos ou
verdades não são de interesse público e, portanto, fazem vistas grossas a
determinados eventos, fenômenos, revelações ou descobertas. Os motivos estratégicos
para isso ocorrer seriam, entre outros: Manter a hegemonia, modo de controle de
massas, medo do desconhecido, medo de perderem regalias, medo da reação
imprevisível da população menos esclarecida, medo da queda do atual modelo
sócio-econômico-político exploratório, motivos financeiros de toda espécie, comportamentos
pseudo-filosóficos, vaidade intelectual, apego histórico ao passado, falta de evolução
e raciocínio lógico insuficiente para comportar a noção de tamanhas revelações.
Cada segmento possui o seu motivo. De qualquer modo, por sermos todos seres
únicos e possuidores de estágios evolutivos diferenciados na população, nada
mais justo e proveitoso que existam diversos níveis interpretativos,
doutrinários, dogmáticos, ecumênicos e religiosos para satisfazer o gosto de
todos. O mais importante é nos tornarmos seres humanos cada vez melhores, não
importando o apelo ou a origem que motivou essa evolução e essa reforma íntima,
desde que seja sempre para melhor e para o bem.
4 – Estamos cada vez
mais atolados, aqui na Terra, numa gigantesca crise de valor. Uma crise dupla
de valor. Quanto mais o valor econômico sobe mais o valor moral desce. Inacreditavelmente,
as pessoas simplesmente recusam-se a crer que são as próprias responsáveis por
seus destinos. Agem como se ignorassem que as futuras páginas de suas vidas
estão sendo escritas no presente por suas próprias mãos. A indiferença da
maioria frente a quadros terríveis de dor, fome e doenças, é alarmante.
Milhares de pessoas morrem todos os anos vítimas da falta de compaixão e
solidariedade. Visando o lucro a qualquer preço, toneladas de alimentos
cancerígenos são despejados nos mercados diariamente sem nenhuma crise de
consciência para produtores e vendedores. Estamos vivenciando uma época em que
são necessários conhecimentos científicos apenas para irmos ao mercado comprar
alimentos.
5 – Os avisos estão
chegando. Avisos de que o Universo jamais aceitará que uma civilização de
baixos valores morais progrida e se espalhe pelo cosmos. Fenômenos sísmicos
variados assolam o planeta na tentativa de acordar a humanidade para a solidariedade
e novos modelos de cultura social. Armamentos de destruição em massa são
construídos e testados para a garantia da paz. Tais paradoxos estão com seus
dias contados e a reforma íntima será a verdadeira arma que irá combater com
bravura as chagas deixadas por nós mesmos de herança para a sociedade.


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