29 – A Cura





1 – Nas esferas mais elevadas e transcendentais da filosofia da vida espiritual, saúde ou doença fazem parte de duas faces da mesma moeda. O estado da alma, bem como seu atual nível evolutivo, atua sobre o pensamento e as ações, que por sua vez, devolvem ao perispírito as impressões do binômio pensamento-ação, que por sua vez, novamente, atuam sobre o corpo físico devolvendo as impressões que recebe do perispírito danificado ou iluminado, moldando a genética, a estrutura celular, a proteção energética, as glândulas, os órgãos, os tecidos e os sistemas, numa relação magnética composta de diversas vias de mão dupla. A saúde ou a falta dela tem maior relação com o estado da alma do que com o estado do organismo.

2 – A medicina que conhecemos hoje, apesar de todo o avanço tecnológico, continua presa a um caminho equivocado. Cada vez mais estão sendo aperfeiçoados equipamentos e medicamentos que tratam do efeito do problema e não da sua causa. Seria como se levássemos a tela do computador na assistência técnica informando que detectamos um grave problema no computador. O técnico em manutenção diria, então, para levar de volta a tela e trazer a CPU. A tela apenas mostra o problema, mas o conserto deverá ser na raiz do mau funcionamento, ou seja, no hardware do computador. De nada adiantará tentar mudar ou tratar a tela se a raiz de todo o mau funcionamento está em outro espaço da máquina.

3 – O corpo adoece sempre a partir de um mau pensamento. Lentamente, essa realidade já está se transformando no mundo todo. Aos poucos, estamos presenciando o surgimento de uma nova religião psicológica, sem cultos, promessas, rituais, gritarias, comércios ou dogmas, conforme previu a visão holística de Jung. Jung presenciou inúmeras experiências mediúnicas através de sua prima Helena Preiswerk. O grande autor da psicologia analítica estudou os fenômenos e concluiu que, devido à origem superior de várias manifestações, ele presenciou a existência de um poder muito maior e contrário ao poder do próprio ego, chamado Deus. Em seu livro Aion, Jung afirma que o Cristo interior de cada ser é revelado através do processo de autoconhecimento purificador da alma.

4 – O pensamento impróprio e contumaz será a base para as portas de entrada aos diversos tipos de complicações físicas. As energias fragilizadas advindas dos maus hábitos poderão ser neutralizadas através de boas ações, orações, meditações, mentalizações, concentrações, equilíbrio emocional, passes magnéticos, leituras edificantes, trabalho desinteressado, estudo produtivo e água fluidificada. Saúde é a situação denominada para um conjunto de quatro fatores: Equilíbrio químico, físico, mental e espiritual. A raiz de toda a mudança comportamental encontra-se na reforma íntima e na consequente alteração de conduta oriunda de uma reformulação no modo de ver, agir e experimentar a vida. Sem essa base primordial não haverá transformação. Sofrimentos físicos, psíquicos e emocionais devem ser reprogramados e vistos sobre outro prisma comportamental com o auxílio de uma necessária e fundamental elevação espiritual e moral.

5 – Para idealizar-se o melhor tratamento é preciso enxergar a doença de duas formas: Observar onde ela ataca e estudar o real motivo de onde ela começa. Atendimentos de 20 minutos, motivados por questões econômicas, proporcionados por planos de saúde escravizadores de profissionais, jamais conseguirão atingir a tecnologia, o know-how, o treinamento e a aplicabilidade necessária de preciosos métodos. Essa seria apenas a ponta do problema, pois, a sua origem já inicia nos bancos acadêmicos. Outro impedimento que compõe a parte central da ineficiência do atendimento médico repousa na formação moral e espiritual do próprio profissional que, movido por questões variadas que não sejam a base altruísta e humanitária da sua escolha, impedem o correto mecanismo para de formação superior evolutiva, primordial para um operário da cura.

6 – A doença caracteriza um chamamento a reflexões mais profundas sobre o modo de se ver e viver a vida. O reconhecimento do problema interpretativo é a parte fácil do processo de cura, a parte difícil é a mudança de postura que invariavelmente requer menos prazeres e maiores sacrifícios, tanto por parte de quem carrega a doença como por parte de quem irá tratar a doença. As doenças originam-se de um problemático quadro de reação da alma advindo da não aceitação da realidade da vida como ela é, fabricando um desajuste interior que incapacita o ser humano de viver plenamente, impondo-lhe amarras psicossomáticas que, inevitavelmente, evoluirão para um quadro de adoecimento do espírito, da mente e do corpo físico.

7 – Além de todos os mecanismos já conhecidos, e citados acima, dentro do processo de cura, também serão necessários a busca por uma evolução espiritual, humildade, fé, benevolência ao próximo, auxílio aos necessitados, flexibilidade e autoinstrução em nobres conceitos de vida. A fórmula é complexa, difícil de ser seguida e exige uma boa dose de força de vontade. Muitos preferem conviver com a doença ou com inúmeros remédios que acabam por originar outras doenças. A escolha entre a cura e a doença só depende da quantidade de dor e de ignorância que cada um é capaz de suportar. A falta da verdadeira fé, a apatia e a preguiça, sempre constituirão as reais montanhas a serem removidas do caminho de quem buscar a cura para si ou para outrem. 



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