1 – Sabedoria não é uma exclusividade
dos sábios, mas, antes de tudo, reservada aos bem intencionados. Um dos
pensamentos de Einstein dizia: “A religiosidade de um sábio
consiste em espantar-se e extasiar-se diante da harmonia das leis da natureza,
revelando uma inteligência tão superior que, todos os pensamentos humanos e
todo seu talento, não podem desvendar. Esse sentimento desenvolve a regra
dominante da sua vida, de sua coragem, na medida em que supera a escravidão dos
desejos egoístas”. A força negra do egoísmo mata aos poucos, como bem disse, certa vez, Oscar Wilde, ao definir que o egoísmo não reside em apenas viver à nossa maneira, mas obrigar
que os outros vivam como nós queremos. Use a inteligência e desconfie toda vez
que presenciar algo que proíba você de evoluir ou conhecer algo novo e melhor, que
não seja caridoso, que não traga reflexão científica, que não combata o
egocentrismo, que traga benefícios ou favores Divinos somente mediante a troca
da “graça” por dinheiro, que valorize apenas a sua existência e que não seja de
extrema compaixão pelos menos favorecidos.
2 – A Lei de Causa e Efeito, decodificada por
Kardec, foi elaborada por um princípio científico, nas páginas de rabiscos de
Einstein, de uma forma bastante peculiar: “A vida é como jogar uma bola na
parede: se jogar uma bola azul, ela voltará azul; se jogar uma bola verde, ela
voltará verde; se jogar a bola fraca, ela voltará fraca; se jogar a bola com
força, ela voltará com força. Por isso, nunca “jogue uma bola na vida” de forma
que você não esteja pronto a recebê-la. A vida não dá, nem empresta; não se
comove, nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que
nós lhe oferecemos”. Provavelmente Einstein já havia percebido que a vida
devolve ações concretas, benéficas ou maléficas, mas a vida não trabalha com
moeda e nem se comove com ofertas virtuais em dinheiro, pois a vida é um
mecanismo que envolve ação e reação no espaço-tempo e não sabe, não quer e nem
pretende, por toda a sua eternidade, lidar com valores subjetivos ou compra de
favores.
3 - Ramakrishna observou que Deus nem sempre é
corretamente percebido, mesmo estando bem próximo de nós e nos orientando em
muitas situações, pois o lençol do egoísmo e da ignorância, que voluntariamente
estendemos entre Ele e nós, impede que o vejamos corretamente ou compreendamos
o funcionamento real das suas determinações. Quem não compreende Deus e suas verdadeiras
Leis Universais repete sistematicamente que muitas coisas fazem parte dos
mistérios insondáveis e inquestionáveis Dele. Este singelo pensamento reflete
todo o egocentrismo que reveste a vida de quem o apresenta. Como alunos eternos
na escola da vida, observaremos vários tipos de comportamentos sócio-culturais.
Sempre haverá os que preferem parar de estudar, optam, por motivos comodistas,
a continuarem na mesma série, desistem do aprendizado científico da vida,
contentam-se com o pouco que já sabem e tentam ridicularizar ou encontrar
soluções empíricas fantasiosas para as descobertas dos que preferiram seguir
com seu aprimoramento.
4 – Somos espíritos muito jovens nas páginas da
história do Universo. Carecemos de estudo e conhecimento. Não sabemos sequer onde
estamos e para onde vamos, no espaço infinito. Não possuímos nem o segredo de
viajar para outra dimensão ou atravessar o espaço-tempo através de buracos de
atalho. Temos muito ainda que aprender. Para o tanto de ciência que a nossa espécie
possui a única coisa que realmente se desenvolveu em velocidade alarmante foi a
presunção do ser humano. “Bem-aventurados os limpos de coração...” Ler e
memorizar já não basta mais, é imprescindível que saibamos aplicar na vida
prática as máximas que a sabedoria do Cristo nos contemplou. Nossa alma,
impregnada de lixo tóxico de inúmeros desacertos, necessita, urgentemente, de
crescimento, de cura, de aprimoramento e de empenho para avançarmos no campo
moral e intelectual.
- “Eis que a hora se aproxima em que será preciso declarar abertamente o Espiritismo por aquilo que ele é, e mostrar a todos onde se encontra a verdadeira doutrina ensinada pelo Cristo; a hora se aproxima em que, diante do céu e da Terra, deverás proclamar o Espiritismo como a única tradição realmente cristã, a única instituição verdadeiramente Divina e humana. Escolhendo-te, os Espíritos sabiam da solidez de tuas convicções, e que a tua fé, como uma muralha de bronze, resistiria a todos os ataques.
No entanto, amigo, se a tua coragem ainda não faliu
na tarefa tão pesada que aceitaste, fica sabendo bem que comeste o teu pão
branco principal, e que eis chegada a hora das dificuldades. Sim, caro Mestre,
a grande batalha se prepara; o fanatismo e a intolerância, levantados pelo
sucesso de tua propaganda, vão disparar, sobre ti e os teus, com armas
envenenadas. Prepara-te para a luta. Mas tenho fé em ti, como tens fé em nós, e
porque a tua fé é daquelas que transporta as montanhas e faz caminhar as águas
sobre elas. Coragem, pois, e que a tua obra se realize. Conta conosco, e conta
sobretudo com a grande alma do nosso Mestre de todos, que te protege de um modo
tão particular.
PARIS, 14 DE
SETEMBRO DE 1863”.


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