1 – As pessoas
normalmente atrapalham-se um pouco no momento de refletir sobre algumas
questões básicas da vida. Alguns acreditam que se não praticarem o mal estarão
fazendo o bem. Vamos supor que a vida seja como um livro. Se você escrever algo
no livro, obviamente, aos poucos, um livro irá aparecendo. Se você não escrever
nada no livro, nada estará escrito nele e suas páginas estarão sempre em
branco. Se você rasgar o livro, o livro terá sido destruído. Na vida das pessoas
acontece a mesma coisa. Se você fizer o bem, estará praticando o correto para
sua vida e para a vida de muitas pessoas, ajudando ou dando exemplo. Se praticar algum mal,
estará destruindo páginas felizes do seu futuro. Se você não fizer nada, nem o bem
e nem o mal, o livro continuará em branco, pois ainda não será um livro, mas
apenas um caderno em branco, ou seja, fazer o bem é sair da inércia e da
ociosidade. Não fazer o mal e não fazer o bem é omissão, ociosidade, inércia,
leviandade e preguiça. É o mesmo que ir contra as leis do trabalho produtivo,
próspero, gratificante, evolutivo, construtivo e facilitador do aprendizado e
promovedor de profundos conhecimentos. Não fazer o mal e mais nada, já é uma
forma de praticar o próprio mal, pelo simples conceito de se cometer o crime de
omissão e conivência ou aceitação do mal que nos cerca.
2 – Antes de olhar para
fora é preciso olhar para dentro. Quem cuida da sua própria plantação não
encontrará tempo para criticar o modo de plantio alheio. Praticar o bem ilumina
a alma de quem faz e dos que observam. A luz energética que emana das boas ações
contagia todos os envolvidos, quer sejam os que praticam, os que recebem ou os
que observam. O bem e o mal são altamente contagiosos. Quem carrega perfumes
fica impregnado de bons aromas. Quem carrega lixos, pedras e venenos, será o
primeiro a sentir o peso fétido da própria bagagem trevosa. A melhor maneira
para alcançar a luz é a prática do bem que auxiliará a aniquilação das sombras
pela luz radiante do amor ao próximo. A vontade de crescer deverá ser
ininterrupta, pois o repouso excessivo leva à estagnação que sempre será oposta
ao próprio significado filosófico do princípio motor da evolução.
3 – O princípio
evolutivo, inquestionável e eterno, já encerra em si mesmo os componentes necessários
para a superação do mal. Sabendo-se que o mal é um subproduto da ignorância, da
falta de conhecimento das leis de causa e efeito, do atraso evolutivo dos que o
praticam e da pobreza de sentimentos, logo conclui-se que, dentro do próprio
mecanismo ininterrupto evolutivo, encerra-se as bases para a gradual percepção
da vida, das suas estradas, das consequências de todos os atos, da
experimentação da real fé que nada deixa em branco e a consequente e gradual
aniquilação do prazer pelo mal. Quanto mais evoluído um ser, mais consciência
terá de que temos a eternidade para repetir lições mal compreendidas. A noção
da eternidade para se repetir algumas trágicas passagens de nossas vidas indefinidamente,
até o dia do verdadeiro aprendizado, causa uma reação contrária à inércia e
impõe força e vontade para ultrapassar os limites do próprio atraso. Com o
tempo, qualquer ser humano acaba percebendo que superar voluntariamente seus
limites obscuros é muito melhor do que esperar para o dia da rematrícula
obrigatória em lições não assimiladas assertivamente.
4 – A escuridão não pode
ser fabricada, é apenas a ausência temporária de luz. Não existe um feixe de
escuridão ou algo que a fabrique. Apenas há uma situação em que a luz, que é
fabricada, ainda não alcançou determinada porção do espaço. O mal é a ausência
temporária de evolução e de não se ter a ciência da real dimensão do que o
espera. Se houvesse uma máquina capaz de mostrar o futuro de quem pratica o
mal, certamente este sentimento trevoso seria imediatamente banido do interior
de qualquer pessoa. Deus é grande demais para perder para qualquer mal ou
deixar de lado qualquer filho vencido pela sombra da ignorância momentânea. A
questão não é para onde se vai após uma vida inteira de maldades, mas sim por
quantas vezes se passará pelas mesmas exaustivas provas até o mal ser totalmente
vencido no cansaço. O mal é impaciente e apressado. O bem é generosamente calmo,
inteligente e sabe que possui toda a eternidade para que sua vontade seja
feita. O bem conta com dois aliados poderosíssimos e indestrutíveis: a paciência e o tempo.


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