44 – A ARTE DE SABER VIVER









1 – O amor e a empatia ao próximo são ingredientes indispensáveis para a formação da base evolutiva do ponto de vista moral. Quem sabe amar de verdade também sabe sofrer. Ninguém recebe da vida aquilo que não for merecedor, promovedor de ascensão espiritual, fortalecedor de alicerces, sublimador de caráter, na forma de resgate ou prova. A vontade Divina, com suas leis sábias e imutáveis, orquestra todos os acontecimentos. Se soubéssemos uma minúscula fração das leis Universais e seus nobres propósitos, deixaríamos em segundo plano nossos obscuros interesses pessoais e confiaríamos mais no elaborado curso Divino dos acontecimentos.

2 – O ser humano que não sabe sofrer também não sabe amar corretamente e não consegue dar valor aos bons momentos quando estes se fazem presentes. Dificilmente consegue transpor os obstáculos do caminho e apega-se a outras realidades paralelas como meio compensatório para a sua egocêntrica dor: Liga-se a eventos do passado; Fixa-se a figuras de entes queridos que não mais pertencem ao presente; Vivencia condições que não mais possui; Manipula situações apenas em causa própria; Desconta, veladamente, seu estoque de frustrações e arrependimentos naqueles que mais tentam auxiliar; Reclama soluções instantâneas caídas do céu para problemas que avolumaram-se ao longo de anos de má administração da própria vida; Não satisfeito com sua inércia perante a vida ainda tenta bloquear o progresso dos mais próximos com atitudes egoístas, etc. Este exagero comportamental ilusório serve de amparo para lamentações repetitivas e estagnação no tempo e no processo evolutivo. A fraqueza oportuniza o mecanismo de vitimização constante com o único objetivo de conquistar a clemência Divina pelo cansaço e angariar o pesar dos que o cercam na tentativa de monopolizar esforços alheios em prol da sua própria falta de empenho em ser forte o bastante para prosseguir o curso natural da sua vida. Seres assim, normalmente esquecem que os trabalhos para o progresso e as boas obras cobrem uma centena de delitos praticados em más ações e pensamentos mesquinhos.

3 – É extremamente interessante a constatação de que o ser humano passa a maior parte do seu tempo lutando contra suas fragilidades do que contra suas equivocadas convicções. A maioria tende à estagnação e não possui o menor interesse em progredir. A reencarnação também serve para depurar esses estranhos comportamentos. Quanto menor for o período entre uma encarnação e outra maior será a lembrança, as intuições e os instintos da última existência. Por esta razão fica muito difícil, para alguns, livrarem-se de hábitos adquiridos há 2, 3 ou 4 vidas pregressas. A força de vontade é a companheira diária para conquistas e superações que bravamente devem ser fortalecidas a cada nascer do sol. Assim como o fracasso e a degradação não ocorrem da noite para o dia, o crescimento também ocorre na soma de pequenos degraus que se conquista dia após dia, noite após noite, com bravura e dedicação, ao longo de alguns anos, composto de pequenas vitórias. Para se sagrar vitorioso numa guerra contra o mal é necessário que se vença a maioria de inúmeras pequenas batalhas.

4 – A reencarnação iguala todos os seres humanos, todas as almas e todos os espíritos. O conceito de reencarnação foi abolido por Constantino e essa infeliz ideia foi bem vinda pela igreja da época. Mais uma vez observamos os interesses materiais disfarçados de valores espirituais. A Bíblia, antes em grego e aramaico, foi toda transcrita para o latim, mais tarde foi traduzida para o antigo Saxão, para o Copta, para o Gótico, para o Armênio, para o Georgiano, o Etíope, o Árabe, o Espanhol e finalmente para o Português. No final do século XIII Dom Dinis traduziu alguns textos que precisaram ser adaptados para as versões modernas em uso. A rainha Teodora, filha de Constantino VII, por não querer ser tratada como uma plebeia em outras vidas, “solicitou” ao marido, Justiniano I, que mandasse abolir as indicações reencarnacionistas da Bíblia. Em 553 d.C., para agradar à Teodora, que a Igreja Ortodoxa transformou em Santa, (e que tinha pavor de reencarnar em circunstâncias penosas), Justiniano I, usou o II Concílio de Constantinopla para declarar que a reencarnação era anátema. Então substituiu a reencarnacionista “Lei do Carma” ou doutrina da reencarnação (palingenesia, do grego palin= de novo; genes= nascer), que vigorava no “Novo Testamento”, pela nova forma de escrever como sendo obrigatório o uso do termo Ressurreição e similares.

5 – Durante e após a era dos Constantinos, houve intensa perseguição aos reencarnacionistas das igrejas e de outras seitas que iam surgindo. Isaac Newton era alquimista e reencarnacionista. Voltaire e outros importantes pensadores também eram. A reencarnação era presente em várias religiões orientais, nos alquimistas, nos Rosa Cruz, nos Massons, Judeus, entre outros. Durante séculos os reencarnacionistas foram perseguidos como um dia os cristãos também foram. Essa adulteração humana nos valores Bíblicos acabou separando em dois, algo que deveria ser único: A palavra cristã de Jesus da filosofia dos cristãos. A história serve para nos ensinar muitas coisas e o presente para refletirmos sobre grandes verdades. A grande verdade é que, independente da escolha filosófica ou religiosa que se faça, o que realmente vale para Deus é a conduta do ser humano. Quem amar ao próximo como a si mesmo, praticando em ações as teorias do evangelho, estará contribuindo para o próprio progresso e servindo de exemplo para muitas infelizes criaturas que ainda não aprenderam o conceito filosófico do que realmente seja saber viver.



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