1 –
Pensar em Jesus requer reflexão a ponto de se emocionar com o exemplo de
infinita nobreza espiritual e do imenso caminho que ainda falta para
trilharmos. Pensar de forma racional em todas as ações e palavras de Jesus é
necessário para nos voltarmos para a real estrada da Fé Raciocinada-Científica-Ponderada-Equilibrada-Altruísta,
que tanta falta nos faz nos dias de hoje. Uma das maiores tentações para as
pessoas de bem é o sucesso material ou a vontade desmedida em possuí-lo. Vergonhosas
demonstrações de culto ao materialismo mais comprometem do que salvam o futuro
de muitos religiosos. Poucas pessoas compreenderam que a grande armação de
sucesso questionável das últimas décadas foi misturar fé, empresas, religião,
dinheiro, negócios, negociatas, sucesso material a qualquer custo,
egocentrismo, privilégios, exclusivismos e a salvação fácil.
2 – A
individualidade de cada um restringe-se ao campo da consciência do “Eu” de cada
ser e acaba por aqui. Somos como gotas de água de um imenso oceano. Ninguém é
mais merecedor do que ninguém. Somos todos absolutamente idênticos, sujeitos às
mesmas leis e feitos do mesmo princípio. A única diferença que há reside no grau
de pureza de cada gota, fruto do empenho de cada um e motivo de ascensão moral.
O melhor método de mudança de vida inicia pela consciência da oração. Poucos no
planeta Terra sabem realmente orar com dedicação total a Deus. André Luiz
observa que orar é mais um compromisso de trabalho nobre do que meras súplicas
egocentricamente infindáveis. O poder inimaginável da oração é o início da
mudança redentora. Saber orar facilita a retomada da jornada interrompida na
direção da luz maior.
3 - Orar
significa a compreensão de 5 fundamentos básicos, sábios e muito importantes:
1) – Elevar o pensamento a Deus e a Jesus solicitando forças para aprimorar
nobres qualidades no lugar de implorar por vantagens pessoais; 2) – Deixar bem
claro a compreensão e confiança nos desígnios de Deus ao invés de apelos
insistentes para a mudança milagrosa e repentina apenas da minha vida; 3) –
Abolir o fanatismo em orações repetitivas, automatizadas, fáceis, gratuitas,
decoradas, impregnadas do menor esforço e totalmente desprovidas de contato com
o Superior Universal; 4) – Compreender, de uma vez por todas, que de nada
adiantará realizar lindas preces se a real intenção por trás das mesmas é a
satisfação futura dos próprios caprichos que serão os únicos frutos a serem
colhidos advindos do alcance de degraus evolutivos mais elevados; 5) – Toda
oração deverá ser banhada de elevação espiritual, respeito, amor a Deus e solidariedade
com todos do planeta Terra em situação análoga a nossa (pedidos ou
agradecimentos que motivaram a oração).
4 –
Daqui para frente, as pessoas irão fazendo suas escolhas. Os mais evoluídos
terão a preocupação de desviarem das armadilhas vinculadas a extremismos,
individualismos, materialismos e demais vícios da sociedade terrena. Dentro de
alguns anos presenciaremos fatos históricos como o fim dos impérios dos
usurpadores da fé humilde, bem como a queda das máscaras dos pseudo-sábios
comerciantes da religiosidade. É uma lástima que vinte e um séculos ainda não
tenham sido suficientes para que as massas tenham exercitado a autoanálise constante
e a reflexão necessária sobre o real significado dos profundos ensinamentos de
Jesus. Albert Einstein disse que um dia o materialismo ruiria por falta de
matéria que o sustentasse. Quando todos os mecanismos de atenção estiverem para
esgotarem-se restarão apenas os apelos mais severos, imediatistas e educativos
que abalarão as estruturas de uma frágil sociedade que ainda insiste em
manter-se alicerçada em valores de baixo cunho coletivo e moral. A lei de
evolução é eterna, imutável e firme nos seus propósitos. Cabe a cada um
escolher o melhor método evolutivo: pelo amor ou pela dor, por vontade própria
ou pela vontade Universal, pelo caminho do esforço ou pela estrada da tutela de
drásticas transformações irreversíveis e obrigatórias.
5 – Jesus
disse que ainda não havia falado sobre tudo e que em tempo oportuno rogaria ao
Pai para enviar um consolador que complementaria a sua palavra e que
permaneceria junto a nós. "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque
não no vê, nem o conhece; vós o conhecereis, porque ele habita convosco e
estará em vós." João 14:16. Vamos analisar a
profundidade filosófica destas palavras:
- O
significado de consolador, segundo o dicionário, é o que traz consolação, conforto;
- Mais
adiante Jesus também afirma algo revelador após solicitar que seus mandamentos
sejam guardados: "Eu vos tenho dito estas coisas enquanto permaneço
convosco. Mas o Paráclito, o Santo
Espírito, que meu Pai vos enviará em meu nome, vos ensinará todas as
coisas e vos fará lembrar o que vos disse" (João, 14:25 e 26). (Paráclito
ou paracleto significa mentor, defensor, protetor, orientador.);
- (Espírito
de Verdade) Por diversas vezes Jesus iniciou seus ensinamentos com a sentença “Em
verdade vos digo”. O espírito superior que norteou a revelação do Espiritismo
apresentava-se como Espírito de Verdade;
-
Revelações sempre existiram e sempre existirão. Cabe ao homem dar o destino correto
a essas revelações e ao modo de conduzir sua própria vida;
- No Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos um trecho muito
interessante no prefácio assinado pelo Espírito de Verdade: “Eu vos digo, em verdade, que são
chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu
verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e
glorificar os justos.
As grandes vozes do Céu ressoam como sons de
trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós
homens, para o Divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e
que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do
Universo. O Espírito de Verdade.”
- Para
finalizar, a nomenclatura “Espírito de Verdade” diz muito mais do que aparenta
seu nome. Significa um Espírito e não um corpo de carne que subiu aos céus e
que ele é de verdade, singular, que expressa a realidade das coisas e a verdade
absoluta do Universo, que existe e é totalmente real.
6 –
Alguns autores famosos manifestam sua opinião sobre tão nobre tema:
Hermínio C. Miranda:
Não há como duvidar, portanto, de que, em algum
momento, presumivelmente entre 1861 e 1863, Kardec foi informado de que o
Espírito Verdade era o próprio Cristo. (...)
A identificação do Espírito Verdade com Jesus é
confirmada em outro livro de boa fonte mediúnica, publicado após a partida de
Allan Kardec para o plano espiritual. Chama-se este Rayonnements de la vie spirituelle,
tendo funcionado como médium, a sra. W. Krell, autora também, do prefácio.
Não há, pois, como ignorar a óbvia e indiscutível
conclusão de que, sob o nome de Espírito Verdade, o Cristo dirigiu pessoalmente
os trabalhos de formulação e implementação da Doutrina dos Espíritos,
caracterizando-a como o Consolador que prometera há dezoito séculos. (MIRANDA,
1993, p. 46-49).
Sérgio F. Aleixo:
Vemos que, em termos rigorosamente kardecianos,
está dirimida esta dúvida quanto à individualidade e à identidade do Espírito
de Verdade. Ele é único! Ele é Jesus! A menos que não tenhamos motivos para
confiar em Kardec e nos espíritos da codificação. (ALEIXO, 2001, p. 61).
L. Palhano Jr.:
No advento do Espírito de Verdade, em 1857, é o
próprio Jesus de Nazaré quem preside os acontecimentos da nova Ciência, da nova
Filosofia e da nova Religião, cuja moral é a verdadeira, pois preconiza aquela
que está escrita na consciência. (PALHANO JR., 2001, p. 31).
Porém, mensagens assinadas pelo Espírito de Verdade
foram, de fato, assinadas por Jesus. Kardec, por cuidado, é que omitiu esse
detalhe. (PALHANO JR., 1999, p. 92-93).
7 – A
reencarnação, em futuro muito próximo, será encarada como um fato biológico da
vida natural, algo óbvio, certo, correto, compreendido, inquestionável, de
negação ultrapassada como ultrapassadas já são as antigas teorias materialistas
de que a Terra era o centro de todo o Universo. Importante ressaltar, também, após
iluminadas observações, que a escolha filosófica de cunho religioso de cada um
não é mais importante do que a conduta pessoal. De que adianta ser possuidor da
melhor embarcação para a travessia do oceano se ela ficará resguardada a base
de caro verniz e capa aveludada no fundo empoeirado de alguma garagem?
8 – O Bem
é a certeza única de destino final de todos os seres. Nenhuma ovelha permanecerá
eternamente perdida no caminho. Esse argumento não serve de consolo para a permanência
no mal, como alguns costumam informar, muito antes disso, remete as almas
imaturas à profunda reflexão sobre a tarefa a ser cumprida, que, se não for
efetuada hoje, sem sombra de dúvidas será amanhã, ou depois, ou depois, ou
depois... A correta tarefa deixada para trás no presente, virá acumulada com a
do amanhã. A eternidade é testemunha de que o prazo é infindável para que as
boas lições sejam aprendidas e as boas obras realizadas, mais cedo ou mais
tarde, para todos, sem exceção alguma. O mal é apenas a rebeldia e a ignorância
dessa lei de amor e evolução. Um dia o ser humano ainda irá compreender melhor
o significado de ser bom e cumpridor de todos os seus deveres como condição para ser feliz e
conquistar a inabalável paz interior.
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